quarta-feira, 31 de março de 2010

Sem razão aparente, sento-me no sofá e escrevo. Estico as pernas, reclino-me confortavelmente e ajusto o som da televisão.

Hoje apetece-me falar de paixões. Não daquelas efémeras, incertas, que consomem. Não. Refiro-me àquelas paixões que, no matter what, nos fazem sentir bem a qualquer hora, em qualquer lugar. Falo de abstracções. Coisas que, sem sabermos porquê, nos dão anos de vida, enchem o nosso peito de ar e oferecem-nos realização pessoal, de bandeja.
Praxe, fados, politiquices, e umas tantas coisas mais... Tudo instituições que me motivam, desafiam e fazem crescer. Volta e meia dou por mim a meditar o porquê de tudo isto. Porque é que algo de tão abstracto como cantar para uma multidão de gente que não conheço me faz tão bem, porque é que organizar mil e uma actividades, com as quais nada ganho, me faz tão bem... A resposta, inevitavelmente, encontro-a na amizade. Na necessidade de me superar por aqueles que me ajudam, e ultrapassam as barreiras comigo. E é a isso que escrevo hoje. A maior das paixões, a mais desinteressada de todas, a que cobra menos e oferece mais, a única que se pode gabar de ter um lado bom infinitamente maior que o menos bom, a mais importante dimensão da minha existência...

A todos esses Nunos, Nicos, Zés e Zezinhos, Rochas e Rochedus, Joões e Joanas e Marias-Joões, Chicos e Chiquinhos, Antónios e Tonys, Maneis, Franceses e Tonecos, Ritas, Saras e Saruscas, Andreias e Catarinas, Marias, Marianas e Guidinhas, Anas, Anas e mais Anas, Tinonis e Mexilhões, Romões e Ricardinhos, Filipes e Filipas, Bolachas e consolas, e mais umas surpresas aqui e ali, e uns tantos que desculparão não estarem aqui referidos directamente: tenho umas fitas por assinar.

Adoro-vos.